27 out, 2020 | Antonio Martins | Sem comentários
Prefácio Sete Anos de Fundação da Academia Quixadaense de Letras
O Livro Os Sete Anos de Fundação da Academia Quixadaense de Letras, é uma obra construída a muitas mentes e muitas mãos, materializando-se a partir de uma coletânea, em que se fundem, historicamente, a literatura e a cultura universais, enquanto consórcio de saberes, congregando a brasileira, a cearense e a de nossa amada Quixadá, como útero sistematizador da diversidade humana.
Quixadá, que por decisão do arquiteto do universo, tornou-se musa incólume, como cenário geográfico-histórico natural e modificado, mantendo-se como o olimpo do sertão central, em que sendo o próprio coração do Ceará, tenha conseguido alargar, progressivamente, sua caixa torácica, para que o movimento cotidiano da evolução, tendo o homem como herdeiro natural do legado divino, pudesse abrir novos horizontes, em direção ao porto seguro do progresso, da cultura e do conhecimento, rumo à posteridade.
Este Livro, como produção coletiva da Academia Quixadaense de Letras, direciona mais uma vez o leitor, para a terra de múltiplas faces e epítetos, nossa Quixadá, que em gesto matriarcal, através da institucionalização material e imaterial da arte literária, tornou-se palco dos grandes feitos e relicário da fértil colheita, de seus filhos – natos e naturalizados. Portanto, partindo dessa premissa, entregamos ao leitor, para conhecimento e apreciação, uma obra, que por sua magnitude inequívoca, colheu, diretamente na oficina vital dos conhecimentos, o legado de seus trinta patronos e patronesses, seguidos de seus respectivos fundadores e posteriores titulares, homens e mulheres, com ou sem titulação acadêmica, que mereceram ocupar as cadeiras, como signatários do legado histórico e da causa literária.
Esta obra, cujo pano de fundo do cenário natural é Quixadá, surge como tributo dos acadêmicos da AQL, a todos os munícipes, pela passagem dos 149 anos de emancipação política de Quixadá, desta gigante do sertão central e dos sete anos de fundação da “caçulinha do sertão”, a Academia Quixadaense de Letras. É o nosso tributo a esta terra de contrastes e de compassos, que mediante pulsação, feito batidas dos movimentos ventriculares e auriculares, em plena diástole histórica, tenha permitido circular, por entre seus traçados de estradas e veredas, o desenvolvimento e o progresso, para si, para o seu entorno, demais regiões, para o país e quiçá para o mundo.
Por se tratar de uma obra coletiva, coube-me, por anuência do Colegiado da Academia Quixadaense de Letras, tornar-me organizador do livro, um autor designado, com a missão de colher, pesquisar, catalogar, criar, modificar e sistematizar todo o conteúdo disposto em tela, que se estabelecerá como marco comemorativo dos sete anos de fundação da academia; oxalá, ponte alada, consolidada em bases sólidas, capaz de pavimentar a trilha, doravante criada entre o passado, o presente e quiçá o futuro, oferecendo suporte seguro, capaz de revelar a identidade de nossa gente, de nossa língua, de nossa terra: a própria âncora indelével, que se constituirá, enquanto nação literária, transformando Quixadá, na acrópole do sertão central.
Faz-se necessário destacar, que todos (familiares de patronos e patronesses), acadêmicos, pesquisadores, autores, historiadores e idealizadores da AQL, deram o seu melhor, a contribuição “sine qua non”, que feito escopo, permitiu a conclusão e a consolidação desta obra. Dentre eles destaco a vital participação do acadêmico e historiador João Eudes Cavalcante Costa, da pedagoga Ângela Borges, João Xavier de Holanda e da presidente da instituição, Julieta Rocha de Almeida Lima.
Permita-me, caro leitor, valer-me da liberdade poética, sem contudo, praticar a soberba literária, para dizer que esta obra, é uma produção inaugural da literatura brasileira, um divisor de águas, marcando o antes e o depois dela. Tornar-se-á referência, parâmetro, farol, fonte de pesquisa e bússola, para os que almejarem fundar, organizar e até reordenar suas agremiações, sem contudo, figurar a ideia de usurpação do conhecimento, respeitando-se e valorizando-se a competência inventiva, a liberdade produtiva e criativa do intelectual.
Por fim, que esta obra se torne testemunha e ponte, do legado histórico de Quixadá e dos seus, “in memorian”, que a curta reminiscência política, literária, histórica e fotográfica, esqueceu em algum lugar do passado; que esta produção seja um portal, permitindo o encontro e o abraço das pretéritas, com as novas gerações, através da ponte do conhecimento; que a AQL, possa, no cumprimento de seu mister, enquanto “Caçulinha do Sertão”, apagar as velas comemorativas de seus sete anos de fundação, acendendo, igualmente, as luzes da produção humana e da consciência social, enquanto “lux domus” – Casa Luz de Quixadá.
(Prof.: Antonio Martins de Almeida Filho. Fundador da cadeira 28 da AQL – Organizador do livro, autor designado pelo colegiado).
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