17 out, 2020 | Antonio Martins | Um comentário

Bodas de Prata

Poema do pai de Antônio Martins de Almeida

I

Deus, ó Deus!

Por que me pusestes à prova?

Não sabeis – vós

Que sou mortal e cheio de limitações?

Então, por que me fizestes filho vosso

Para conhecer o amor

Que já era prometido

A um de meus irmãos?

II

E por que me trouxestes

– como bom cristão –

Para assistir a santa missa

Na Igreja embrião?

Um templo erguido

– Em vosso louvor –

Cuja freguesia cristã

Ao vosso coração consagrou.

III

Ó, senhor!

Naquele templo sagrado

O nascedouro de Quixadá,

Lugar de prece – abençoado –

E o senhor bem sabia que – lá –

Naquele mesmo dia e lugar

Esposas e noivas de Cristo

– também – estariam por lá!?

IV

Depois da genuflexão

Nossos olhos se viram

E a bela menina

– Paraibana do sertão –

Como noiva consagrada

Ao filho de Deus – encarnado –

Desbancou minha fama

De solteirão apaixonado.

V

Quem diria, senhor Deus!?

Que aos dezesseis anos de vida

Aquela que vós trouxestes – Da terra prometida –

Arremataria meu coração

Que aos quarenta e dois

– à deriva – Vagando por oceanos –

Atracaria, então! No porto da vida!

VI

Ela, que na pia batismal

Hosana se chamou

Chegando a Quixadá

No convento ingressou

Tornou

– se logo noviça

Para então se quitar

A dívida de seus pais

E Jesus Cristo desposar.

VII

Bendito seja Deus!

Que uma querela findou

De uma antiga promessa,

O senhor a liberou

A noviça prometida,

Pra Jesus

– o redentor –

Fui eu que saí ganhando

Nessa disputa de amor!

VIII

Com as bênçãos divinas

O esperado aconteceu

Diante do sacerdote

O matrimônio se deu

Uma companheira pra vida – A mãe dos filhos meus –

O amor que Deus ungiu

E como prêmio me ofereceu.

IX

Senhor Deus!

Na vida há tempo pra tudo

E hoje ele é de gratidão!

Vinte e cinco anos

De casamento

– fecundo

– Bodas de prata

– então!

O maior de nossos feitos

Os filhos

– natos e do coração –

X

Nossa trajetória de vida

É dádiva divinal.

E neste dia criado

Pelo amor celestial

Componho este poema,

De gratidão e louvor

Rememorando nossa história

Compondo versos de amor.

Poema encontrado nos escritos da caderneta de anotações de meu pai Antônio Martins de Almeida. 
A produção fora datada de 19/01/1986. 
Ele completaria vinte e cinco anos de casado com minha mãe Hosana Rocha de Almeida. 
Estou tornando público sua produção, considerando que não lhe foi permitido fazer.

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Um comentário

  • Julieta Almeida

    Que maravilha de Site!
    Parabéns!
    Avante!!